sábado, 1 de dezembro de 2012


Dicas de alimentação - e haja comilança no final do ano!


1.       Mastigação
Considero a mastigação o exercício perfeito para se atingir uma alimentação saudável. Sua influência em nossa saúde é muito maior do que podemos imaginar. Iniciando a função digestiva: quando mastigamos os sólidos até serem transformados em líquidos, as partículas de alimento são bem misturadas com a saliva, que contém uma enzima (Ptialina) responsável pela digestão dos alimentos, principalmente os amiláceos (arroz, batata, feijões e cereais diversos).
Se não mastigamos bem, dificultamos a digestão, causando fermentações, azia e gases. E se o alimento é bem ensalivado, não sentimos necessidade de bebermos líquidos nas refeições.
Ao triturarmos bem os alimentos evitamos um trabalho excessivo do estômago e a fermentação gástrica que forma toxinas em nosso organismo.
Para a saúde dos dentes, a mastigação é importantíssima, proporcionando um massageamento em suas raízes e gengivas, fortalecendo-os, irrigando-os de sangue, reduzindo a propensão às inflamações e sangramento das gengivas. Se não utilizamos devidamente os dentes, estes perdem sua função e enfraquecem.
Para a quantidade de alimentos ingeridos, a mastigação também nos serve como um medidor, pois no processo de mastigação o corpo vai recebendo avisos e se preparando quimicamente para a assimilação dos nutrientes, até o momento em que a mastigação nos dá sinais de suficiência e apetite saciado, sem enchermos o estômago. Precisamos deixar um espaço neste órgão para que ele posa movimentar-se, liberando o suco gástrico e misturando-o com a comida. Nunca devemos enchê-lo totalmente! Se mastigamos pacientemente, sabemos exatamente a quantidade suficiente para o organismo, sem sobrecarregá-lo com os excessos.
E quando comemos muito rápido, engolindo a comida, o ponto de satisfação é com o estômago bem cheio e às vezes até dolorido de tão dilatado. Engolindo pedaços grandes de comida, damos maior trabalho ao estômago, além de não prepará-lo bioquimicamente para a ação digestiva.
Falemos agora do paladar, sentido através do qual tomamos consciência do que ingerimos e que está intimamente ligado ao nosso instinto de sobrevivência. O paladar é importantíssimo para selecionarmos do meio em que vivemos o que é importante ou não para que nosso organismo funcione com harmonia. Por esse motivo o gosto deve ser muito percebido e o alimento bem saboreado, até a última partícula. E para sentirmos o paladar, a mastigação tem aqui outro papel importantíssimo: mastigando com tranqüilidade, identificamos o sabor de cada alimento e pela nossa sensibilidade poderemos reconhecer a função das hortaliças, cereais, frutas e ervas em nosso organismo. Pelo gosto, o estômago e os intestinos começam a liberar enzimas para a digestão. Mas existem alguns fatores que nos impedem de cumprir corretamente esta função: ansiedade, tensão, preocupação, correria. E para praticarmos tudo o que foi colocado até aqui, necessitamos de autocontrole; de nos acalmarmos alguns instantes e exercitarmos a paciência comendo com tranqüilidade. Nos primeiros dias é difícil, mas com o tempo o hábito é adquirido e desenvolvido de forma que com a prática passa a ser algo natural e espontâneo.
Cada vez que comemos algo, procuremos mastigar com calma, saboreando, até transformarmos o sólido em líquido, só engolindo quando não sobrar qualquer partícula de alimento.
Vale mais a pena comer pouca comida bem mastigada do que engolir a dose que estamos habituados diariamente, porque só engolindo, uma boa parte do alimento não é aproveitada, o que é um desperdício, sem falar nas fermentações que são causadas pela má digestão, produzindo toxinas e gases.
Escolha um horário em que tenha mais tempo, coma com calma! Mastigar também é um exercício de autocontrole e concentração, que por sua vez reduz nossas ansiedades causadas pelo sistema de vida que levamos.
E lembre-se: os líquidos também devem ser misturados com a saliva. Esta simples atenção com a mastigação, modifica totalmente o rumo dos hábitos alimentares.
2.       Comer somente quando tiver fome
A fome é um aviso do corpo de que é o momento e de que este está preparado para o trabalho digestivo. O paladar fica mais aguçado!
3.       A quantidade altera a qualidade
É importante sairmos da mesa com um pouco de fome e nunca com o estômago totalmente cheio. Quando se inicia o processo digestivo, o restinho de fome desaparece. Quando comemos em excesso são produzidas fermentações no estômago e intestinos, intoxicando o corpo.
4.       Não beber líquido nas refeições
Se ensalivarmos bem o alimento, não precisamos ingerir líquidos que diluem o suco gástrico, prejudicando a digestão.
5.       Comer com tranqüilidade
Evitar preocupações, tensões, discussões, brigas, etc., pois paralisam o sistema digestivo.
6.       Postura correta: coluna ereta
Se a coluna vertebral está encurvada, devido às poltronas "confortáveis", macias, ou a uma má postura adquirida, é produzida uma alteração no tubo digestivo, fazendo com que saia de sua colocação correta. O estômago é pressionado, dificultando dessa forma seu trabalho, detendo a comida mais tempo no órgão.
Com a coluna ereta, os órgãos da digestão são colocados na posição correta e natural, facilitando a atuação da força da gravidade em puxar a comida para baixo para que esta complete seu trajeto.
7.       Não ingerir alimentos excessivamente quentes ou gelados
Estes só começarão a ser digeridos quando atingirem a temperatura do organismo, o que pode atrasar a digestão de outros alimentos que já estavam no estômago. Devemos fazer com que estes atinjam a temperatura ideal, quando ainda estiverem na boca, misturando-os bem com a saliva.
8.       Dormir com o estômago vazio
O sono é o momento de total descanso de todo o corpo e é a hora de recuperarmos as energias gastas durante o dia. Se vamos dormir fazendo ainda a digestão, algumas horas de sono serão utilizadas com o trabalho digestivo, o que não permite que relaxemos totalmente à noite e o sono não será recuperador por completo, motivo pelo qual muitas vezes temos dificuldade em acordar de manhã cedo.
Quem tem o hábito de fazer um jantar bem farto, pode até acordar no dia seguinte com alimentos sendo digeridos no estômago, pois enquanto dormimos a digestão é muito lenta. Se passamos o período de sono digerindo, as duas coisas serão muito malfeitas: o ato de dormir, pois o corpo não descansará, e o ato de digerir, pois não é momento para isso. Enquanto que se dormirmos com o estômago vazio e tomarmos somente uma infusão de ervas com mel (chá preto não) antes de dormir, o sono é perfeitamente recuperador e muitas vezes dormimos menos horas do que estamos habituados pelo fato de o relaxamento ser perfeito e restaurador. A outra vantagem é acordarmos com apetite no dia seguinte, nos habituando a fazer um desjejum bem completo.
Extraído do livro Alimentação Light, de Castro, Rosangela. Pág. 19-28. São Paulo. Ed. Ícone. 1998

Nenhum comentário:

Postar um comentário