Dicas de alimentação - e haja comilança no final do ano!
1.
Mastigação
Considero a mastigação o exercício perfeito para se atingir uma
alimentação saudável. Sua influência em nossa saúde é muito maior do que
podemos imaginar. Iniciando a função digestiva: quando mastigamos os sólidos
até serem transformados em líquidos, as partículas de alimento são bem
misturadas com a saliva, que contém uma enzima (Ptialina) responsável pela
digestão dos alimentos, principalmente os amiláceos (arroz, batata, feijões e
cereais diversos).
Se não mastigamos bem, dificultamos a digestão, causando fermentações,
azia e gases. E se o alimento é bem ensalivado, não sentimos necessidade de
bebermos líquidos nas refeições.
Ao triturarmos bem os alimentos evitamos um trabalho excessivo do
estômago e a fermentação gástrica que forma toxinas em nosso organismo.
Para a saúde dos dentes, a mastigação é importantíssima, proporcionando
um massageamento em suas raízes e gengivas, fortalecendo-os, irrigando-os de
sangue, reduzindo a propensão às inflamações e sangramento das gengivas. Se não
utilizamos devidamente os dentes, estes perdem sua função e enfraquecem.
Para a quantidade de alimentos ingeridos, a mastigação também nos serve
como um medidor, pois no processo de mastigação o corpo vai recebendo avisos e
se preparando quimicamente para a assimilação dos nutrientes, até o momento em
que a mastigação nos dá sinais de suficiência e apetite saciado, sem enchermos
o estômago. Precisamos deixar um espaço neste órgão para que ele posa
movimentar-se, liberando o suco gástrico e misturando-o com a comida. Nunca devemos
enchê-lo totalmente! Se mastigamos pacientemente, sabemos exatamente a
quantidade suficiente para o organismo, sem sobrecarregá-lo com os excessos.
E quando comemos muito rápido, engolindo a comida, o ponto de satisfação
é com o estômago bem cheio e às vezes até dolorido de tão dilatado. Engolindo
pedaços grandes de comida, damos maior trabalho ao estômago, além de não
prepará-lo bioquimicamente para a ação digestiva.
Falemos agora do paladar, sentido através do qual tomamos consciência do
que ingerimos e que está intimamente ligado ao nosso instinto de sobrevivência.
O paladar é importantíssimo para selecionarmos do meio em que vivemos o que é
importante ou não para que nosso organismo funcione com harmonia. Por esse
motivo o gosto deve ser muito percebido e o alimento bem saboreado, até a
última partícula. E para sentirmos o paladar, a mastigação tem aqui outro papel
importantíssimo: mastigando com tranqüilidade, identificamos o sabor de cada
alimento e pela nossa sensibilidade poderemos reconhecer a função das
hortaliças, cereais, frutas e ervas em nosso organismo. Pelo gosto, o estômago
e os intestinos começam a liberar enzimas para a digestão. Mas existem alguns
fatores que nos impedem de cumprir corretamente esta função: ansiedade, tensão,
preocupação, correria. E para praticarmos tudo o que foi colocado até aqui,
necessitamos de autocontrole; de nos acalmarmos alguns instantes e exercitarmos
a paciência comendo com tranqüilidade. Nos primeiros dias é difícil, mas com o
tempo o hábito é adquirido e desenvolvido de forma que com a prática passa a
ser algo natural e espontâneo.
Cada vez que comemos algo, procuremos mastigar com calma, saboreando,
até transformarmos o sólido em líquido, só engolindo quando não sobrar qualquer
partícula de alimento.
Vale mais a pena comer pouca comida bem mastigada do que engolir a dose
que estamos habituados diariamente, porque só engolindo, uma boa parte do
alimento não é aproveitada, o que é um desperdício, sem falar nas fermentações
que são causadas pela má digestão, produzindo toxinas e gases.
Escolha um horário em que tenha mais tempo, coma com calma! Mastigar
também é um exercício de autocontrole e concentração, que por sua vez reduz
nossas ansiedades causadas pelo sistema de vida que levamos.
E lembre-se: os líquidos também devem ser misturados com a saliva. Esta
simples atenção com a mastigação, modifica totalmente o rumo dos hábitos
alimentares.
2.
Comer somente quando tiver fome
A fome é um aviso do corpo de que é o momento e de que este está
preparado para o trabalho digestivo. O paladar fica mais aguçado!
3.
A quantidade altera a qualidade
É importante sairmos da mesa com um pouco de fome e nunca com o estômago
totalmente cheio. Quando se inicia o processo digestivo, o restinho de fome
desaparece. Quando comemos em excesso são produzidas fermentações no estômago e
intestinos, intoxicando o corpo.
4.
Não beber líquido nas refeições
Se ensalivarmos bem o alimento, não precisamos ingerir líquidos que
diluem o suco gástrico, prejudicando a digestão.
5.
Comer com tranqüilidade
Evitar preocupações, tensões, discussões, brigas, etc., pois paralisam o
sistema digestivo.
6.
Postura correta: coluna ereta
Se a coluna vertebral está encurvada, devido às poltronas
"confortáveis", macias, ou a uma má postura adquirida, é produzida
uma alteração no tubo digestivo, fazendo com que saia de sua colocação correta.
O estômago é pressionado, dificultando dessa forma seu trabalho, detendo a
comida mais tempo no órgão.
Com a coluna ereta, os órgãos da digestão são colocados na posição
correta e natural, facilitando a atuação da força da gravidade em puxar a
comida para baixo para que esta complete seu trajeto.
7.
Não ingerir alimentos excessivamente
quentes ou gelados
Estes só começarão a ser digeridos quando atingirem a temperatura do
organismo, o que pode atrasar a digestão de outros alimentos que já estavam no
estômago. Devemos fazer com que estes atinjam a temperatura ideal, quando ainda
estiverem na boca, misturando-os bem com a saliva.
8.
Dormir com o estômago vazio
O sono é o momento de total descanso de todo o corpo e é a hora de
recuperarmos as energias gastas durante o dia. Se vamos dormir fazendo ainda a
digestão, algumas horas de sono serão utilizadas com o trabalho digestivo, o
que não permite que relaxemos totalmente à noite e o sono não será recuperador
por completo, motivo pelo qual muitas vezes temos dificuldade em acordar de
manhã cedo.
Quem tem o hábito de fazer um jantar bem farto, pode até acordar no dia
seguinte com alimentos sendo digeridos no estômago, pois enquanto dormimos a
digestão é muito lenta. Se passamos o período de sono digerindo, as duas coisas
serão muito malfeitas: o ato de dormir, pois o corpo não descansará, e o ato de
digerir, pois não é momento para isso. Enquanto que se dormirmos com o estômago
vazio e tomarmos somente uma infusão de ervas com mel (chá preto não) antes de
dormir, o sono é perfeitamente recuperador e muitas vezes dormimos menos horas
do que estamos habituados pelo fato de o relaxamento ser perfeito e
restaurador. A outra vantagem é acordarmos com apetite no dia seguinte, nos
habituando a fazer um desjejum bem completo.
Extraído do livro Alimentação Light, de Castro, Rosangela. Pág. 19-28. São
Paulo. Ed. Ícone. 1998
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